domingo, 15 de abril de 2012
FUTMESA NO BRASIL
O jogo de botão, futebol de mesa ou simplesmente o futmesa, com certeza figura entre as diversões mais conhecidas e praticadas no Brasil. Em todos os recantos deste país, seja nos lugares mais distantes ou diferentes quanto o Amazonas e o Rio Grande do Sul, certamente encontraremos alguém que tenha experimentado a emoção de, em algum momento de sua vida, ter comandado seu próprio time, sendo ao mesmo tempo técnico e jogador. Alguém que viajando na imaginação tenha pisado no gramado de um grande estádio de futebol como o Maracanã ou Wembley. Alguém que tenha sentido a sensação de marcar um gol pelo seu time do coração ou de levantar a taça de campeão. Estas são fantasias que somente a magia do futebol de mesa pode nos proporcionar.
Jogava-se inicialmente nas calçadas que passaram a ser os gramados e riscava-se com giz o desenho do campo. Depois passou a se jogar em pisos de cerâmica ou mármore porque eram mais deslizantes, até chegarmos às mesas de jantar, que eram grandes e permitiam que se jogasse de pé e não mais agachado no chão. É justamente daí que vem o nome que perdura até hoje, pois jogo era jogado, literalmente, com botões de roupas, o que já não acontece mais no Brasil há muitos anos, dado ao avanço tecnológico e a dimensão organizacional que o esporte alcançou.
Pois bem, de uma brincadeira de criança, o futebol de mesa ou futmesa, antigo jogo de botão é hoje um esporte de alto rendimento reconhecido pelo Ministério dos Esportes, altamente difundido e praticado por uma verdadeira legião espalhada pelo Brasil e outros países.
As Origens
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É muito difícil determinar onde e como tudo começou e, embora muitos queiram reivindicá-la, a origem do futmesa se perde no tempo e no espaço.
Existe uma teoria de que algumas brincadeiras de criança podem ter dado origem ao esporte:
- O “jogo da pulga”, muito praticado na Europa, principalmente na Inglaterra que, consistia em pressionar uma ficha com outra fazendo com que esta salte para um determinado alvo, o gol, que seria um recipiente feito de vidro, madeira, plástico ou até papelão, sobre uma superfície lisa coberta por um tecido. Este jogo foi destaque no livro “Os Melhores Jogos do Mundo” da editora Abril. Veja abaixo uma breve descrição extraída do referido livro:
Este jogo de destreza é muito popular em vários países da Europa e nos Estados Unidos, tanto entre as crianças como entre os adultos. Na Inglaterra, por exemplo, existem vários clubes e associações que se destinam exclusivamente à sua prática. Um dos maiores jogadores do país é o Príncipe Charles. A semelhança estaria no fato de que essa ficha pressionada por outra, seria o botão pressionado pela palheta, com a diferença que no jogo da pulga a ficha salta em direção ao alvo, e no futebol de mesa, o botão desliza sobre a mesa para acertar a bola e fazer com que esta, sim, vá até o seu destino que seria a baliza, tendo ainda que transpor uma barreira que é o goleiro.
- O “jogo de tampinhas de garrafa”, como diz o nome éra jogado com três tampinhas de garrafa e, com o dedo, fazia-se com que uma tampinha passasse entre duas outras, por três vezes, sem esbarrar nas demais até chegar ao seu alvo, que seria o gol.
A explicação para este jogo evoluir até o futebol de mesa seria que ao invés de empurrar a tampa com o dedo, passou-se a usar uma outra tampa, que seria a palheta, e no lugar da primeira tampa, o botão. E a exemplo do jogo da pulga, onde a ficha saltava para o gol, nesse jogo a tampa seria também impulsionada para o gol, diferentemente do futebol de mesa, onde o botão atinge a bola para que esta chegue ao gol.
Mas o futebol, esporte mais popular do mundo, é quem foi o grande inspirador para a criação do futebol de mesa. Botões de qualquer tipo de roupa, casacos e camisas, foram as primeiras peças utilizadas para se jogar, por isso o nome de futebol de botão. Botões maiores se transformavam nos “zagueiros” os menores viravam “atacantes” e os mais pequeninos eram as bolas, fazendo uma analogia com o futebol.
Jogava-se inicialmente nas calçadas que passaram a ser os gramados e riscava-se com giz o desenho do campo. Depois passou a se jogar em pisos de cerâmica ou mármore porque eram mais deslizantes, até chegarmos às mesas de jantar, que eram grandes e permitiam que se jogasse de pé e não mais agachado no chão. É justamente daí que vem o nome que perdura até hoje, pois jogo era jogado, literalmente, com botões de roupas, o que já não acontece mais no Brasil há muitos anos, dado ao avanço tecnológico e a dimensão organizacional que o esporte alcançou.
O que se sabe é que os primeiros jogos aconteceram nas primeiras décadas do século passado e, o interessante é que, tudo começou a acontecer ao mesmo tempo, em vários lugares diferentes, como na teoria defendida por Aristóteles, numa verdadeira “abiogênese” ou “geração espontânea”. Também é sabido que as primeiras cidades, onde o jogo começou a ser praticado, eram todas capitais e costeiras, donde é fácil deduzir-se que, provavelmente, num mundo onde ainda não existiam carros e aviões, foram marinheiros os responsáveis pela sua divulgação, assim como ocorreu com o próprio futebol. E assim o jogo de botões chegou também a outros países comoArgentina, Uruguai e Espanha que, alias, até hoje reivindica ser o berço do futmesa mundial.
Nessa época embora o futebol dos campos já estivesse começado a ultrapassar o remo na preferência popular, ainda era um esporte de elite e os clubes onde era jogado eram fechados às camadas mais pobres da população. Sendo assim jogar botão era uma maneira barata e imaginativa de estar num cenário inatingível para as crianças de então.
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